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O valor do aprendizado

"Nós nunca atravessamos o mesmo rio duas vezes" - já dizia Heráclito de Éfeso. Nunca vivemos a mesma experiência de forma igual na vida. Então por que banalizamos todo nascer-do-sol? Onde foi parar a beleza de estarmos vivos todos os dias? Se foi. Passando a vista por um trecho de J.Krishnamurti, li alguma coisa sobre a diferença entre conhecimento e verdadeiro aprendizado. Conhecimento nos serviria a fins instrumentais - como lembrar o endereço de casa. Já aprendizado, diferentemente, é quando você enxerga o mundo com olhos de criança - como se fosse a primeira vez. Abordar situações na vida com ideias pré-concebidas é, por definição, não inovar. Sem inovação, ficamos na mesma. Quando tratamos um problema pelas mesmas vias, é provável que não vejamos nada de novo. "O mais importante é que nunca paremos de perguntar. Curiosidade tem sua razão de existir". Dizendo isso, Einstein, cara sagaz, concorda comigo - ou será que concordo eu com ele? Como seria bom se pudesse...

Willie, o pé de manjericão

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Como tenho passado por uma onda de impaciência para postar, resolvi mudar o estilo das postagens, para ver se isso me estimula a trazer alguma coisa pr'a cá, por menor que seja. Hoje o astro do dia tem até nome: Willie. Willie é um simpático pé de manjericão, que, certo dia, juntou-se a mim, e, a partir de então, povoa minha varanda, da qual tem uma bela vista para outros exemplares de sua espécie, colegas do reino plantae. Willie se sente sozinho, excetuando pelo momento do dia em que lhe ttrago um pouco de água. Não consegue aceitar que metros e mais metros o separem de seus frondosos amigos. Apesar disso, é um vegetal feliz e, acima de tudo, pacífico.

responsabilidades, chateações e barganha

Quase que irremediavelmente, temos que fazer escolhas na vida. Quantas vezes já mencionei isso aqui no blog? Infinitas. O que acontece, entretanto, é que toda escolha acarreta consequências, e devemos tomar nossas escolhas baseando-nos em nossos valores e vontades profundas. No momento em que tomamos decisões, passamos a ser responsáveis pela consecussão de parte de nossos planos. Responsabilidade, então, passa a ser um aspecto com o qual se deve ter atenção. Ter responsabilidade significa, dentre outras coisas, que você vai manter sua palavra consigo mesmo. Ao manter nossa palavra conosco mesmo, continuamos a estar sujeitos às consequências que vieram "de brinde" com nossas decisões, o que pode vir a chatear muita gente. A escolha posterior - ou não - que temos que fazer é entre suportar o fato de estarem chateados conosco por termos tomado decisões que priorizam nossos próprios interesses e não os alheios, ou não suportar isso e ceder às vontades de outros, que nem sempre d...

recomendações médicas, leituras e decisões

Lembra daquele antigo post que escrevi sobre café e as maravilhas da vida? Algumas observações a adicionar. Primeiro, decidi tomar vergonha na cara e procurei um médico qualificado para tratar do meu probleminha de longuíssima data: insônia. Finalmente sendo atendido - depois de tanto tempo que sequer consigo lembrar -, após contar tudo pelo que passo ao doutor, escuto a decisiva frase a seguir: naturalmente vamos fazer exames para entender melhor do que se trata, mas, antecipadamente, posso dizer que sua vida está completamente errada. O que? Doutor realmente falou que minha vida tá completamente errada, sem nem precisar me conhecer direito para dizer isso? Impressionante! Mas até tenho uma novidade pr'a ele: a vida de todo mundo tá errada. Valores invertidos, buscas sem fim por fins que não cumprem seu fim, sofrimento inexplicável, banalização da morte e ainda mais da vida, dentre outras mil coisas; mas não é disso que vim falar aqui hoje. "Pr'um médico te dizer que sua ...

A rejeição, o medo e a malícia

Qual é nossa tendência natural quando não somos bem recebidos pelo que falamos ou fazemos? Ao meu ver, deixamos de fazer uma coisa ou outra, deixando de ser cada vez mais espontâneos. Além disso, fato semelhante acontece com nossos sentimentos. Quando sentimos, pois, que os outros não respondem bem à nossa abertura sentimental, à nossa sinceridade, à nossa clareza, é que começamos a cogitar a possibilidade de aprender a "jogar" no cenário diário das relações interpessoais. "Jogar no cenário das relações interpessoais, o que é isso?" É quando você, racionalmente, seja por que motivo for, opta por agir de um jeito, e não de outro, porque imagina - em vista de experiências passadas - que auferirá maior vantagem das mudanças do que da manutenção do modus operandi anterior. Vantagens, vantagens e vantagens. Agindo em prol de si mesmo, manifestamos receio de perder o que temos, e receio de não ter o que ainda não temos mas que queremos ter. Agimos pensando em nós mesmos -...

mesmo que o curso mude... - e vai mudar

Uma frase, em especial, tá na minha cabeça hoje: mesmo que o curso mude, o rio sempre atinge o mar. O que seriam o curso e o mar? Será que existe um mar onde todos desembocamos ao final? Hoje me perguntaram - se não temos escolha, de que adianta se debater? A resposta é simples: não adianta se debater. Obscuro? Algumas correntes de pensamento chinesas, como a dos pensadores 老子 e 庄子, dizem que a pior coisa que podemos fazer em situações de dificuldade é lutar contra a corrente. O rio sempre tem seu fluxo, e não adianta querer nadar contra ele. O mais sábio dos animais - abençoada linguagem chinesa com suas metáforas - é o gato, que passa o dia sem se esforçar pra nada, só deixando as coisas acontecerem. Em consonância com isso, conforme a vida passa, percebo - cada vez mais - que os ensinamentos que carrego do meu pai dizem muita verdade. De algum jeito, esse meu grande professor possui um "botãozinho" de liga/desliga, para ser usado em momentos em que a situação se apresenta ...

o sim, o não e o brasileiro

O que leva alguém a dizer não? Já parou pra pensar sobre isso? Quando alguém lhe pede ou propõe algo, o que te faz responder "sim" ou "não? Começo a achar que a resposta deve estar em algum lugar entre amor próprio, nível de auto-conhecimento, disciplina, respeito, e amor próprio mais uma vez. Vou explicar melhor. Digamos que você sabe que quer algo para si, está se programando para consegui-lo, e, nesse momento, chega alguém, por quem você nutre sincero apreço, e lhe faz um convite que implica a grande possiblidade de não consecussão daquele seu antigo objetivo. Que opções você tem? Que pergunta difícil! Vou dar uma dica: são duas, e uma delas começa com "s", e outra com "n"... Aceitar é passar por cima de seu ego, e, sinceramente, abrir mão do que havia programado para si, porque acredita que aquilo vai fazer mais feliz não só ao seu próximo, como também a si. Nessas situações, na verdade, isso ocorre sem que se precise pensar; como se alguém batess...