o sim, o não e o brasileiro

O que leva alguém a dizer não? Já parou pra pensar sobre isso? Quando alguém lhe pede ou propõe algo, o que te faz responder "sim" ou "não? Começo a achar que a resposta deve estar em algum lugar entre amor próprio, nível de auto-conhecimento, disciplina, respeito, e amor próprio mais uma vez. Vou explicar melhor.

Digamos que você sabe que quer algo para si, está se programando para consegui-lo, e, nesse momento, chega alguém, por quem você nutre sincero apreço, e lhe faz um convite que implica a grande possiblidade de não consecussão daquele seu antigo objetivo. Que opções você tem? Que pergunta difícil! Vou dar uma dica: são duas, e uma delas começa com "s", e outra com "n"... Aceitar é passar por cima de seu ego, e, sinceramente, abrir mão do que havia programado para si, porque acredita que aquilo vai fazer mais feliz não só ao seu próximo, como também a si. Nessas situações, na verdade, isso ocorre sem que se precise pensar; como se alguém batesse com o martelinho no seu joelho. Eu conheço, sim, alguas pessoas pessoas por quem nem penso em mim antes de abrir mão do que havia programado. Ok, isso é mentira - é claro que eu penso em mim, porque isso é natural -; mas me faz um bem tão maior me desvencilhar das amarras que me prendem ao meu próprio caminho... (Como se esse meu caminho fosse mesmo meu... pf...)


Agora abro o jogo e falo de situações como essas, mas envolvendo pessoas diferentes daquelas pelas quais facilmente se abre mão de si. Dentre os dessabores da vida, um bem caprixado é a de frustração. É frustrante traçar metas para si e não cumpri-las - para mim, pelo menos -, e isso se refere até às pequenas coisas. Assim sendo, para saber se digo "não", tento avaliar se vale o peso da frustração que posso sentir por ter perdido a chance de cumprir objetivos, condiderando, também, que cada objetivo tem um peso diferente.

Além disso, agora temos uma das partes mais difícies desse processo inteiro: o brasileiro - já li uma vez - é um povo que tem medo de dizer "não", justamente pela cultura instaurada de má aceitação dessa mesma palavrinha. Afinal, que mal há em dizer "não"? Será que isso significa mesmo que não gostamos da pessoa à qual rejeitamos algum pedido? Será mesmo que significa isso? É aqui que entra o jogo da diplomacia, da negociação, da boa comunicação, da arte do fino trato com as pessoas. É aqui você tem que saber falar "não", mas de forma que a pessoa sinta que, em outras situações, teria, com certeza, sido "sim". Se consguir fazer isso realmente de forma sincera, há uma chance maior de que a imaturidade e incompreensibilidade não sejam grandes dificuldades. Quando isso não acontece, já não há muito que se possa ser feito; do seu lado, você fez o que podia.

Comentários

Unknown disse…
Engraçado... meu chefe falou um dia desses pra mim: Nunca diga não. Por que? Porque quando vc diz não, as pessoas deixam de te pedir as coisas.
Hmmm... mas isso pode ser bom ou ruim, não é? Relativo.
Porém se vc corta a possibilidade de alguém de te pedir alguma coisa, vc exclui também a SUA possibilidade de pedir alguma coisa àquela pessoa. AHA, ai é que está o ponto. Portanto, vc está certo, estamos sempre pensando em nós mesmos, e é esse o pensamento que rege todas as nossas decisões no final das contas, aparentemente.
Na hora do "vamovê", a gente não diz o que quer dizer, mas o que mais nos beneficiará.
Ow criaturinha selfish é esse tal de homo sapiens...
Amo-te eternamente.
Saudades infinitas.
Beijos NO ATACADO! ;)
Unknown disse…
Oh and by the waaay, by the waaaay (inspirado no vídeo do super mario salvando a princesa - http://www.youtube.com/watch?v=gzEZ-sXAXL4), vc ligou pra saber o que significava o sinal de PARE no papel higiênico? HAHAHAHAHAHAHAHAA
Unknown disse…
babe, olá. Meu raciocínio lento e pressa, numa síntese, não me permitiram entender que vc teria agora um blog. Agora que o encontrei estarei visitando-o com a frequencia que já o fazia com o do robertito.
Vc tem um texto muito bom de ler, fluido. Sobre o "sim" e o "não", "talvez".
Acho que nunca pensei muito sobre o sim ou o não porque sempre pensei mais sobre o talvez. Ele que me fere, ele que me corrige e me afirma muitos passos. Gostei da abertura pra pensar essa dicotomia tão presente nos meus redores, vai ver eu nem tô muito nos meus redores.
Ultimamente, tenho sido mais um sim-man que um não-man, os sim-men são desbravadores, porém sempre há um não-man num sim-man, não?
Abração, maninho.
PS: Não me arriscarei a te ligar porque última vez fiz alguma MERDONA que me rendeu a conta in vivo de 4o e tantos reais falando contigo. Não sei que porras aconteceu com a promoção: FAIL!!
Roberto Mac disse…
Sim, no meu ex relacionamento, pensava e vivia constantemente o tal fato. Não sei se se encaixa ao meu presente, pois acho que mudei muito quanto ao assunto.
é.. acredito sempre saber pq disse "n" ou "s"; mas o difícil é o escolher e.. para minha infelicidade, sempre chego à triste conclusão que deve-se manter o equilíbrio entre a frequência de aceites e de negações quanto à alguém pra quem você liga de verdade. Me incomodo demais com esse tal de "equilíbrio"; pra mim, é algo muito desconfortável.. até achar uma maneira de conviver com ele.

abração, meu caro!
Addison disse…
Empatia é característica marcante em mim e eu sou brasileiro, logo, dizer não sempre foi muito difícil. Já cheguei a preferir ouvir um não do que dizê-lo. Mas o fato é que nunca vivi confortável com isso e sempre pensei muito sobre.
Até hoje. Aprendi a dizer não. Tem algumas pessoas que não o aceitam muito bem, mas eu estou tranquilo quanto a elas. Elas são só o que um dia eu já fui, e não lembro de desgostar das pessoas que me deram seus nãos no passado.
Abraço!

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