um livro, uma música, meus pais, um para-quedas

Hoje passei o dia me enganando, tentando ler sobre inflação no Brasil. Pense num assunto desprazeroso - there you go. Inflação Inercial é aquela que se relaciona com mecanismos de indexação, que, por sua vez, carregam consigo a intenção de reajustar preços, salários e outros valores, com base em inflações passadas. Isso é interessante? Sim, sim, com certeza - de coração, eu digo isso -; mas não agora. Eu não quero saber. E falando naquilo que não se quer saber, essa é a história da minha vida nas últimas semanas, duas vezes por semana, em um determinado horário do dia. Simplesmente se trata de olhar para um pessoa - ou um conjunto desses elementos povoadores da superfície terrestre - e pensar consigo, em inglês bem coloquial e jovial: I don't give a fuck. Dia desses vi um vídeo que sugeria: try not giving a fuck. É isso que eu tenho vivido em determinadas ocasiões, como a que mencionei.
Depois de dois anos, revirando meu guarda-roupas, encontrei uma partitura da qual tinha desistido há dois anos, e, para minha enorme surpresa, fluiu que foi uma beleza. Primeira música clássica brasileira que toquei na minha vida. Que orgulho da minha pessoa. Primeira de muitas, se Deus quiser. E o que faz eu sentir mais satisfação ainda é que ouvi essa mesma música pela primeira vez em um workshop dado também há dois anos por um professor ultra-renomado. Àquele tempo, meu-deus-do-céu, pense numa música difícil; já hoje, flui tão bem - e meu coração junto a ela (que poético - e balde). Música realmente mexe muito comigo. Tem dias em que estou para sentir cada nota que sai do instrumento; cada música é uma viagem, em que sinto o vento, em que fico alegre, ou fico triste, em que vejo cada curva que faz o universo enquanto se expande - é muito bom.
Além de música, amo mesmo é meus pais. Cada chance que tenho de encontrá-los é preciosa para mim. É uma felicidade tão grande que tenho de estar com eles. Sinto uma admiração tão profunda, e nossa relação é de uma cumplicidade tão sem tamanho. Olho pr'essas duas pessoas tão especiais e me sinto grato por terem me criado, alimentado, educado, por terem investido tanto em mim. Já demos tanta risada juntos que sempre há motivos para lembrar de um momento ou outro. E como não mencionar o amor que sinto pelos meus irmãos? Falando nisso, aí é conectado o terceiro dos pontos: o para-quedas.
Quero tanto, e de tão profundo coração, que as pessoas que amo encontrem satisfação na vida. Juro que meus olhos se enchem d'água quando penso na tristeza e nos problemas que alguns carregam. Meu Deus, ajuda a todos nós, pel'amor de Deus (?!)...
E falando nisso, muita satisfação pode ser encontrada em pequenos detalhes da vida - e aí voltamos a uma das primeiras frases desta postagem: é tudo uma questão de atitude. Dia desses, mudei de lugar a escrivaninha, que ficava na sala, para o quarto - isso me deixou tão bem, mesmo sendo um detalhe tão insignificante. Eu olho pr'essa escrivaninha e, simplesmente, sinto muita felicidade. É bom demais! Tá com tanta cara de quarto - quando em comparação com o que era antes... Realmente me sinto em casa - talvez porque eu esteja. Não. Não é porque talvez eu esteja, porque tem uma muita gente por aí que não se sente em casa, mesmo estando em casa. Uma vez, disse pr'uma pessoa que a mesma me fazia sentir em casa. Quem será essa "mesma" - aposto que foi isso que ela pensou. Falando nisso, lembrei de uma vez em que minha irmã comentou uma frase que dizia: tenho medo do "mesmo", em referência à frase "antes de entrar no elevador, verifique se o 'mesmo' encontra-se parado neste andar"; e ainda conheço outro sobre o Malamém, mas isso já é outra conversa.

Comentários

Roberto Mac disse…
nem tenho certeza se o victor tá sabendo do teu blog e por isso vou mandar um e-mail pra ele vir dar uma passada por aqui..
Que mistura de amor e descaso, nossa!
queria eu lembrar assim dos meus pais.. não que eu não os admire e os ame, mas não consigo citar coisas mais que ordinárias; abração, meu amigo!
Addison disse…
Mais que bela crônica...
Steph :) disse…
Vc descreveu nossos pais perfeitamente... eles são demais mesmo...
Obrigada por tudo.
Oremos juntos pela felicidade dos que amamos. E quem sabe, alcançaremos. Mesmo que em um nível ordinário. ;)
Te amo!
Unknown disse…
Oi, oi, oi. Como disse, cheguei atrasado por aqui, mas diferente de qualquer ônibus, mesmo atrasado ainda chego, embora não no mesmo lugar.
Babe, concordo com o roberto: uma baita mistura de descaso e gratidão (prefiro não citar a palavra "amor"). Também não consigo sentir isso em mim perante meus pais, também não porque não tenho apreço demais por eles, mas porque suas presenças são imperativos ordinários, apesar de considerar e ter já sentido momentos de paixão por suas existências, principalmente quando isso se torna um comparativo.
Gostaria muito de saber qual é esse vídeo do "don´t give a fuck" que vc citou, fiquei muito curioso. Mesmo! :D
Um abraço forte, babe.

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