recomendações médicas, leituras e decisões

Lembra daquele antigo post que escrevi sobre café e as maravilhas da vida? Algumas observações a adicionar.

Primeiro, decidi tomar vergonha na cara e procurei um médico qualificado para tratar do meu probleminha de longuíssima data: insônia.

Finalmente sendo atendido - depois de tanto tempo que sequer consigo lembrar -, após contar tudo pelo que passo ao doutor, escuto a decisiva frase a seguir: naturalmente vamos fazer exames para entender melhor do que se trata, mas, antecipadamente, posso dizer que sua vida está completamente errada.

O que? Doutor realmente falou que minha vida tá completamente errada, sem nem precisar me conhecer direito para dizer isso? Impressionante! Mas até tenho uma novidade pr'a ele: a vida de todo mundo tá errada. Valores invertidos, buscas sem fim por fins que não cumprem seu fim, sofrimento inexplicável, banalização da morte e ainda mais da vida, dentre outras mil coisas; mas não é disso que vim falar aqui hoje.

"Pr'um médico te dizer que sua vida tá errada, é porque o negócio tá feio mesmo, né?!" - foi o que me disseram quando relatei o ocorrido a alguns colegas.

Agora aos conselhos que podem mudar sua vida, se você tiver problemas para dormir - ou não. Atividade física à noite é desaconselhável, assim como refeições pesadas em um período de até três horas antes de deitar para dormir, e - finalmente - usar computador ou televisão à noite. Agora quero é que você, leitor, diga o que é que achou dessa última recomendação. Já parou pr'a pensar há quanto tempo você se expõe a esse tipo de luminosidade toda noite? No meu caso, há anos.

Esse é mais um passo que vou tomar na minha vida - e que já estou tomando - que vai, ao meu ver, aumentar minhas chances de escapar dessa mesma "miséria do mundo" - vide Krishnamurti. Sem usar computador à noite, o que se faz? Tenho lido mais que nunca na vida: desde a recomendação médica, já terminei um livro e comecei mais dois, além de estar estudando bem mais que o habitual.

É mais cômodo sentar à frente dessas maravilhas modernas que "aumentam" nossa interatividade com o mundo, com toda certeza, mas pare para avaliar o que perdermos com isso, e pare para pensar na seguinte questão, que tem me motivado profundas reflexões:

Do que você estaria disposto a abrir mão para chegar aonde quer chegar?

Tenho passado dias curiosos ultimamente, especialmente no que concerne ao aspecto acima, e vou explicar por que, com um exemplo.

Imagine que você está, numa tarde de sábado - ou seja em que dia for -, e começa a sentir Aquela preguiça mortífera, que - com toda certeza - vai te derrubar no sono. E se, na próxima vez em que acontecer isso, você parasse e pensasse: eu estou disposto a abrir mão disso para chegar aonde quero chegar?

Garanto que é incrível o número de vezes em que esse tipo de situação nos ocorre.

Não sei você, mas eu tenho um futuro bastante ambicioso, e tenho plena consciência de que, para chegar aonde quero, tenho que abrir mão de minha comodidade, e trabalhar duro.

Como se diz em bom ditado cearense: Quer moleza? Procure um pudim pr'a sentar em cima. (Sim, tem outra versão desse mesmo ditado - pluralidade de versões tão própria ao rico e gráfico imaginário da minha terra natal.)